terça-feira, 18 de março de 2014

TRAGÉDIA: A TRANSNORDESTINA E AS OUTRAS

 Cruzamento da EF Leopoldina (Linha do Litoral) com a RJ-180, no município de Campos dos Goytacazes-RJ. Não passa um trem aí há meses - basta ver a passagem de nível com os trilhos praticamente enterrados. Foto Trilhos do Rio 2014

Como pode acontecer isto em um país que se diz sério e que, pelo menos em teoria, oscila entre a 6a e a 7a economia mundial? Como um governo que vive se gabando de ser o melhor que o país já teve em sua história pode deixar fatos como o relatado abaixo acontecer? São milhões de reais desperdiçados e uma obra que está hoje atrasada em pelo menos quatro anos. Atrasada e parada. E não é o único caso desse tipo no Brasil, infelizmente.

As obras são pagas pela União. Por que as empreiteiras as largam, eu não sei nem quero saber. Isso, no entanto, não deveria acontecer. Quanto mais uma obra demora, maior seu custo se torna, principalmente pela recuperação de trechos já feitos e que, abandonados, precisarão ser refeitos. Os três parágrafos abaixo são um (bem pequeno) resumo de um artigo publicado no portal G1 por André Teixeira e não espelham todo o traçado da ferrovia. O trecho de Salgueiro a Suape, por exemplo, não é citado. As poucas informações que me chegaram indicam que ele está seguindo e sendo construído.

Se alguém se interessar em ver o artigo inteiro, clique aqui.

"14/03/2014 - Trecho cearense de ferrovia de R$ 7,5 bilhões tem só 4% de obra concluída Transnordestina foi prometida para 2010, mas a nova previsão é para 2016. Construção do trecho entre Missão Velha e Pecém está parada há 4 meses. André Teixeira - G1 CE, em Missão Velha

O trecho cearense da ferrovia Transnordestina, de 527 km entre a cidade de Missão Velha e o Porto do Pecém, na Grande Fortaleza, só tem 4% das obras concluídas e deveria ter sido entregue em 2010. A nova previsão de entrega do trecho é agora setembro de 2016. No ponto onde terminam os 4 km de trilhos instalados a partir de Missão Velha a obra estáparada. Não há máquinas ligadas ou homens trabalhando. Trilhos, dormentes e tubulações estão abandonados perto do fim da linha. A passagem feita para ligar a zona rural à cidade durante a execução dos serviços da ferrovia está destruída, deixando moradores sem acesso. Equipamentos da prefeitura tentam consertar o caminho danificado.

O projeto total prevê 2.304 km de ferrovia. O trecho de ferrovia que liga Missão Velha até Salgueiro (PE), também parte da Transnordestina, foi concluído em fevereiro de 2013. São 96 km de trilhos. As obras da ferrovia no sertão do Piauí, deveriam ter sido entregues em 2010, mas hoje estão paralisadas e abandonadas desde setembro último."

Enquanto esses fatos inacreditáveis e inaceitáveis ocorrem, prejudicando claramente a região Nordeste do país, uma das mais pobres do Brasil já há séculos, no sul, diversas ferrovias, algumas com mais de cem anos de existência, a maioria sem tráfego há no máximo 17 anos por incompetência da administração das ferrovias no Brasil e por desinteresse das concessionárias, tiveram seu anúncio de erradicação feito há poucos meses.

Como diversas pessoas entendidas e com vergonha na cara se revoltaram contra o fato, diversos movimentos estão tentando muda a situação. Vejam, por exemplo, esta convocação:

"No próximo dia 21 de março, sexta-feira, das 8 às 18 horas, no Auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Viçosa, acontecerá um dos eventos mais importantes para a nossa cidade. Com o apoio da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, estaremos o dia todo participando e discutindo com as autoridades responsáveis sobre o processo de abandono e possível revitalização das linhas ferroviárias de Viçosa e região. Se você realmente ama a nossa cidade e acredita ser possível a solução dos sérios problemas de mobilidade urbana que nos aflige, marque na sua agenda o dia 21 de março, próxima sexta-feira, e não deixe de participar, trazendo suas perguntas e participando desse sério debate.

Estarão presentes os Prefeitos e Vereadores das cidades de Ponte Nova, Teixeiras, Viçosa, Cajuri, Coimbra, São Geraldo, Visconde do Rio Branco, Barbacena, Antônio Carlos e Santos Dumont, além de representantes do DNIT, da ANTT, da SPU, da FCA - Ferrovia Centro-Atlântica, da MRS Logística, do 11º Batalhão de Engenharia de construção - Batalhão Mauá, da Fundação Banco do Brasil e diversas outras instituições, os quais serão recepcionados pela Magnífica Reitora da Universidade Federal de Viçosa, professora Nilda Soares Ferreira."

É gente demais, a maioria não tendo ou autoridade sobre o assunto e a minoria, que tem, não a exerce por falta de interesse. Todos estão ali para aparecer e faer "show-off". Vão fazer promessas e não se importar com elas após o encerramento. Alguém duvida? Ferrovia, no Brasil, do jeito ue vai, não tem mais jeito. Sobrarão somente os metrôs e os trens metropolitanos. O resto, mesmo os crgueiros, acabrão por desgaste do que ainda é usado e por nõ complementação das ferrovias novas. Triste isso.

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