quinta-feira, 13 de outubro de 2011

SARNEYLÂNDIA

Aqui em São Luiz, onde cheguei hoje às 4 da manhã, eu ainda me espanto com o que vejo. Sempre soube - e provavelmente sabia errado - que, desde a época de Vargas, em logradouros públicos somente se pode homenagear pessoas que já morreram. Pois não é que aqui há três deles com o nome do ilustre José Sarney? A avenida Presidente JS, a avenida Governador JS, a ponte Governador JS (as abreviaturas são por minha conta) não homenageiam o mesmo cara? E que está vivo? Ou ele já morreu e ainda não sabe? Ah! E tem o parque Roseana Sarney, também. E possivelmente há outros logradouros com o nome dos familiares os quais ainda não descobri.

O que será que essa família, que governa e manda no Maranhão desde 1966 e que desde 1987 parece mandar também no país, tanto fez pelo estado, que hoje é o mais pobre do Brasil? Outra indicação disso é o fato de que os vinte municípios mais pobres do país estão todos neste Estado. Esta afirmação foi colocada por um repórter em um conceituado jornal maranhense na data de hoje.

Enfim, não pude conhecer a cidade em menos de um dia, claro. Nem fui ainda até o centro antigo, nem às praias... nem sei se dará tempo, visto que estou aqui para um serviço específico, retornando a São Paulo na madrugada de sábado, ou seja, daqui a pouco mais de 24 horas. Mas dá para constatar alguns fatos.

Por exemplo, o sistema viário da cidade é uma bagunça, sem planejamento algum. Até aí, nenhuma novidade, pois São Paulo também é assim. É bastante claro que um crescimento do número de automóveis um pouco mais forte levará a cidade ao caos no trânsito.

As diversas avenidas - que facilitam, realmente, o trânsito, mas que parecem ser sucessoras de estradas antigas e rurais - foram recentemente asfaltadas. Porém, com poucas travessas, tiram a possibilidade de se escapar de um trânsito mais forte. O motorista é tranquilo, típico "motorista de praia", que para em qualquer lugar no meio da rua mesmo e atrapalha quem está atrás. Carros ziguezagueiam no meio das ruas sem motivo aparente. Porém, param sempre nas faixas de pedestres quando um transeunte quer atravessar - o que em São Paulo realmente não ocorre.

A sujeira - lixo, entulho, restos de comida - é grande nas ruas, nas sarjetas, à frente de restaurantes como o McDonalds ou como shopping centers, como o mais sofisticado Tropical, no bairro Renascença. Bairro, aliás, que parece ser o mais chic da cidade, com prédios de apartamentos e de escritórios novos, mas que foram construídos no local de uma grande mata ali existente. Mata, mesmo, não mato. Mata que ainda sobrevive em alguns pontos, mas que rapidamente vai sendo consumida, fato catastrófico para uma cidade muito quente como o é São Luiz.

Enfim, minha primeira visita a esta cidade não me deixou nada entusiasmado. Com o preço do vôo SP-São Luiz de 1500 reais (o mais barato que achei e um absurdo!!!!) e um aeroporto todo feito com galpóes de lona improvisados, não dá mesmo para impressionar nem de querer viajar para lá.

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