segunda-feira, 2 de maio de 2011

NO FIM DO MUNDO, ENGENHEIRO MENDES

Eis a única fotografia da estação de Engenheiro Mendes que conheço. É do Album da Mogiana, publicado por volta de 1910.
O título desta postagem leva a um outro quase igual, sobre a estação ferroviária de Engenheiro Maia, na Sorocabana, região de Itararé e que escrevi em 4 de dezembro último.

No trabalho que desenvolvo há quinze anos já, cataloguei por volta de 5 mil delas no Brasil todo. Desde Belém do Pará até Rio Grande, no RS, de São Paulo à Madeira-Mamoré em Rondônia, há estações diversas delas, nas mais variadas condições. Muitas abandonadas, poucas ainda com o uso original a que se destinaram... algumas prédios suntuosos, outras paradinhas sem nenhuma cobertura.

Curiosamente, é mais fácil se arranjar fotografias que histórias que contam o passado dessas estações. E, assim como há algumas delas que das quais até hoje não consegui fotografia alguma, há outras das quais não consegui qualquer informação que seja.

Muitas delas estão não muito longe de minha "base" de atuação: São Paulo. Querem ver exemplos? Na estação de Engenheiro Mendes, da Mogiana, jamais consegui chegar. Ela fica na linha original dessa ferrovia, logo depois da estação de Aguaí, sentido Casa Branca. A essa estação estava previsto um futuro bem diferente do que se tornou - um pequeno ponto de parada no meio do nada. Mas era dali que se recebia toda a carga de café que vinha de Poços de Caldas, chegando por carros de boi, carroças e o que fosse possível na distante década de 1880, quando ainda não havia sido construído o ramal de Caldas, que hoje liga Aguaí a Poços.

O dono das terras não quis ceder nada para a construção do ramal, que deveria se entroncar ali com a linha principal (o nome da estação em 1880 era Caldas, pois dali se chegava à cidade mineira). Com isso, os engenheiros e diretores da ferrovia resolveram fazer o ramal partir de Cascavel, onde nada havia, nem estação. Resultado: Cascavel cresceu, mais tarde virou Aguaí e cidade. Engenheiro Mendes foi esquecido.

Tão esquecido que nas várias vezes em que estive pela região jamais consegui chegar ao local da estaçãozinha. Ninguém sabe, ninguém viu. Nunca recebi fotos dessa parada, esteja ela demolida ou não - nem disso se tem certeza. Triste destino!

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