segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

RESTAURAÇÕES EM SANTA CRUZ E PIRAJU

Estação restaurada de Santa Cruz do Rio Pardo em dezembro de 2011. Foto Edson Rodrigues

A estação ferroviária de Santa Cruz do Rio Pardo fechou em dezembro de 1966. O último trem da Sorocabana, um trenzinho misto (passageiros e cargas) que ia e vinha da cidade e estação de Bernardino de Campos percorrendo 24 quilômetros, parou um belo dia pela última vez ali. Ramal deficitário, diziam.
A estação de Piraju restaurada em 2010. Foto Reinaldo Rodrigues
Provavelmente era mesmo. Ramais curtos valeram a pena quando a ferrovia transportava muita carga, inclusive café, que existia ali na região. Após 1930, diminuiu muito o que transportar. Até passageiros, que aos poucos preferiam tomar os ônibus, que tinham mais horários e já podiam percorrer rodovias melhores.
A estação de Santa Cruz do Rio Pardo abandonada em 2000. Foto do autor
Aliás, esse ramal e também o de Piraju foram custeados pelas prefeituras das duas cidades, uma perto da outra. O ramal de Piraju saía da estação de Manduri. Fizeram as obras, as estações e entregaram de mão beijada para a Sorocabana operar. Ambas as estações foram construídas pelo arquiteto, à época ainda não tão famoso, Ramos de Azevedo, entre 1906 e 1908.
A estação de Piraju abandonada, em 2000. Foto do autor
Os dois ramais pararam no mesmo dia. As duas belas construções foram abandonadas. E assim ficaram até o ano passado. A de Piraju, em verdade, foi restaurada um pouco antes. A de Santa Cruz estava quase pronta na virada do ano, ou seja, há 10 dias atrás. Deviam ser construções bem sólidas, pois com todo o abandono, mantiveram-se em pé.

As restaurações, pelo que pude ver, principalmente externamente, não parecem ter alterado muito os prédios originais. Apenas as cores foram alteradas, aparentemente. Seja como for, valeu a pena, era melhor do que deixá-los largados.
A estação de Santa Cruz em construção, em 1906. Ampliando a foto, nota-se que um peru está posando também no meio dos funcionários. Seria o almoço daquele dia?
Basicamente, as duas estão fora das duas cidades, ou melhor, no limite da sua zona urbana. Assim era em 1906, assim é hoje. Portanto, sujeitas a agressões de vândalos: necessitam ter gente que realmente tome conta delas. Esperamos que assim o seja. As duas ainda estão, pelo que sei, vazias, mas ainda restam pequenos detalhes a serem feitos, pelas informações que recebi. Vão ser, quase que certamente, centros culturais, seja lá o que este nome queira dizer: para cada cidade, a definição é diferente...

Mas valeu pelo esforço, esperemos que nada se deteriore a partir daqui.

2 comentários:

  1. Olá Ralph
    Fiz uma análise do prédio da Estação de Santa Cruz.

    http://docecandinha.blogspot.com/

    Fernanda Botelho

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  2. Muito obrigado, "doce Candinha"... agora que vi sua foto e me lembrei de quem v. é! Abraços

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