domingo, 5 de setembro de 2010

ANTES QUE UMA V-2 CAIA ALI

Casa na avenida Professor Alfonso Bovero entre as ruas Cotoxó e avenida Pompeia, lado par

Hoje tive de ir a São Paulo cedinho. Aproveitei e, no caminho da volta para Parnaíba, tirei algumas fotos de alguns locais por onde passei. Infelizmente, foram fotografias de celular, mas dá para quebrar o galho. São de casas e detalhes que ia vendo enquanto dirigia por uma cidade vazia em uma manhã de domingo no meio de um fim de semana prolongado.

Um grupo de casas geminadas e do mesmo estilo, provavelmente dos anos 1940 ou 50 na rua Artur de Azevedo, em Cerqueira César; outro grupo de casinhas geminadas e em declive no início da rua Guiará, na Vila Pompeia; uma fonte e dois adornos de porcelana sobre as laterais de um portão na rua Diogo Moreira, em Pinheiros e, finalmente, duas casas no final da avenida Professor Alfonso Bovero, também na Vila Pompeia.

É bom ir tirando fotos dessas quase raridades, antes que caia uma V-2 e as derrube com uma explosão. Ah, é verdade, as V-2 acabaram com o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas, aqui, falo do avanço das empreiteiras, ávidas por prédios de que São Paulo não mais necessita e por terrenos vazios para construí-los.

Uma das casas, justamente uma das duas que fotografei na Alfonso Bovero, está em excelente estado de conservação. Parece ser dos anos 1930 ou, no máximo, início dos 40 e ainda estar habitada por moradores. Fico até imaginando que a visão que eles tenham de dentro da casa quando olhem pelas janelas para fora mostr ainda uma rua de terra, com cachorros latindo, poucas pessoas andando a pé e, de vez em quando, um automóvel sacudindo-se todo para se livrar dos buracos. Todos os dias, a passagem de um carrinho de sorvetes Kibon ainda com o logotipo antigo e não aquele horroroso que a Unilever inventou para ele e o vendedor gritando "êêê", um vendedor de sacos de biju mostrando sua presença com uma geringonça que fazia um som parecido ao de um reco-reco e, pelo menos uma vez por semana, um realejo pedindo para o seu periquito tirar sua sorte, depois de assobiar para anunciar que ele estava ali. Uma imagem da rua Guiará daquela época (sim, ali se chamava também Guiará nos anos 1930).

Será que ele vê?

Um comentário:

  1. Ola Ralph

    Lendo o "blog" veio na memória a lembrança do vendedor de bijú...com uma matraca ( a geringonça que você se refere)...e um tambor onde eram acondicionados os "bijus" em cuja tampa havia uma roleta...para tentar a sorte na compra da quantidade de "bijus"...não deixava de ser um "jogo" mas a garotada e acho que até alguns adultos gostavam...eram os anos
    50 em Botucatu....

    Daniel Gentili

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