domingo, 18 de julho de 2010

A HISTÓRIA DE SEMPRE

Fotografia - Agência Estado - 23/6/2010

No dia 19 de junho passado e durante alguns dias seguintes, diversas cidades do norte do Estado de Alagoas e do sul de Pernambuco foram devastadas por enchentes de diversos rios da região: os rios Paraíba, Mundaú, Canhoto, Jacuípe e Camaragibe arrastaram casas, pontes, pessoas e animais.

Somente em Alagoas, a catástrofe destruiu boa parte de algumas das 28 cidades e causarem a morte e o desaparecimento de pelo menos 56 pessoas, deixando ao lado disso mais de 27 mil pessoas desabrigadas e mais de 44 mil desalojadas. Pelos números, dá para se ter uma idéia da devastação.

Um mês depois, duas delas ainda estão sem água encanada e mais onze estão com o sistema deficiente. Oito estão sem energia elétrica na zona rural - lembrando que são cidades pequenas com uma média de habitantes na zona rural bem maiores do que a média nacional.

Segundo o que se lê nas notícias, a maior preocupação das autoridades em saúde pública é com a proliferação de doenças como a leptospirose e com a dengue, já que o Estado vive a maior epidemia da história. A primeira é uma doença que tipicamente surge após as enchentes - até aqui, nenhuma surpresa. Mas a segunda já estava lá antes - e com águas paradas, empoçadas, tende a piorar. Se já ia mal e não era combatida corretamente, imagine agora, com os acontecimentos fora de controle.

Os desabrigados e desalojados até hoje não estão abrigados como deviam - ou, pelo menos, como foi a eles prometido. Como sempre, a ajuda do governo vem tarde, atrasadíssima. Infelizmente, aqui, também nenhuma surpresa.

Porém, ninguém fala no seguinte: qual foi a causa das enchentes? Alguns falaram em rompimento de barragens. Outros, em represamento de água por algumas pontes baixas e estreitas. Outros, em excesso de chuvas. Ora, se isso for uma tendência, não seria o caso de não se recontruírem essas cidades , ou, pelo menos, seus bairros ribeirinhos no mesmo local? Alguém analisou isso?

É certo que muitas dessas cidades existem há mais de cem anos à margem dos rios, mas, se algo mudou, por que não pensar nisso?

É isso que não vejo nas notícias e que deveria ser uma preocupação. E que ajudem essa gente, por favor, sem pensar em demagogia ou em burocracia para liberar verbas.

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